31 de outubro de 2012

Ourense 2012 começa esta semana

Sexta-feira é a abertura do festival de Ourense. Este ano com menos secções devido à crise, mas ainda uma referência no panorama cinematográfico galego.

A secção competitiva de longas-metragens conta com os títulos:
Electrick Children de Rebecca Thomas (EUA)
Room 514 de Sharon Bar-Ziv ( Israel )
Roza de Wojciech Smarzowski (Polónia)
The Last Friday de Yahya Alabdallah (Jordânia)
Can de Rasit Çelikezer ( Turquía )
Ali de Paco R. Baños (Espanha)
Histórias que só existem quando lembradas de Julia Murat (Brasil,Argentina,França)
Volcano de Rúnar Rúnarsson ( Islândia, Dinamarca)
Izlet de Nejc Gazvoda ( Eslovénia)
Poupata de Zdenek Jirasky ( República Checa)
The Enemy de Dejan Zecevic ( Croácia, Hungria, Bósnia, Sérbia)
Little Thirteen de Christian Klandt ( Alemanha)


As secções paralelas de panorama terão os temas:
  • América Latina (7 filmes)
  • Comédia (5)
  • Europa (11)
  • Panorama Galiza (8)

  • 30 de outubro de 2012

    Poster e trailer de "Operação Outono"

    "Operação Outono" de Bruno de Almeida

    Sinopse oficial:
    Nos cinemas a 22 de Novembro, "Operação Outono", o novo filme de Bruno de Almeida, é um thriller político sobre o assassínio do General Humberto Delgado pela PIDE, em Fevereiro de 1965, e sobre o polémico julgamento dos elementos da brigada no Tribunal de Santa Clara, já depois da Revolução de Abril. Baseado no livro "Humberto Delgado, Biografia do General Sem Medo" de Frederico Delgado Rosa, neto do General, "Operação Outono" é um filme que enfrenta um dos momentos mais marcantes da nossa História, com surpreendentes revelações sobre o assassínio de um homem que se tornou um ícone da luta pela Liberdade contra a ditadura de Salazar.
    Operação Outono
    Site

    29 de outubro de 2012

    "Bernie" por Nuno Reis

    O monstro adorável

    O Cinema gosta de emoções fortes. Por isso os filmes com crime, terror, acção ou aventura são os que mais vendem. Então se for um filme sobre um assassino é sucesso garantido. Ver mortes da primeira fila? Os bilhetes esgotam! Dar o protagonismo a alguém que odiamos é a melhor forma de garantir que será memorável. Pois "Bernie" vem contrariar esse paradigma e traz-nos o assassino mais simpático de que há memória. “Pura ficção”, dirão vocês. Não, é baseado num caso real de 1996.
    Esta é a história de Bernie Tiede. Chegou a Carthage, Texas para trabalhar na funerária e acabou por se tornar um pilar da comunidade. Extremamente delicado com os vivos, minuciosamente dedicado aos mortos, não faltava quem quisesse ser retocado por ele. Fora da funerária era ainda mais apreciado, pelos seus dotes musicais e espírito artístico. Tudo seria perfeito se não fosse aquele pequeno detalhe de ter morto a viúva rica da terra.

    Quando o filme começa já se sabe que Bernie é o mau da fita. O que Jack Black faz é provar-nos o contrário. Com uma das interpretações mais convincentes com que já nos presenteou (eu sei que não é difícil, mas Black está mesmo bem) transfigura-se em Bernie. Claro que o facto de estar sempre a cantar não nos permite esquecer o homem por trás do bigode, mas todos os tiques e maneirismos são completamente distintos. E vamos acreditar que houve algum engano pois este santo não faria mal a uma mosca. O seu alvo é interpretado Shirley MacLaine que nos últimos anos parece renascida depois de uma década menos feliz. Ultimamente tem conseguido muitos papéis como velha insuportável, mas aqui superou-se. Convincente que baste durante os parcos minutos que passa no ecrã.

    O estilo adoptado por Linklater, um realizador consagrado em diversos estilos, é o documental. Com uma série de entrevistas a população esclarece-nos sobre quem era Bernie e o que pensam dele. Quinze anos depois ainda não o esqueceram. E se não o perdoaram é porque nunca o recriminaram. Por entre essas entrevistas, Black vai sendo Bernie. Leva a sua vida recatada em prol da sociedade, sendo um negociante exímio, mas amigo de todos. Um homem assim pode lá ser um monstro! A provar o contrário está o procurador (Matthew McConaughey) que não desiste até deter o seu homem.

    Mesmo sem causar gargalhadas é uma comédia com potencial para se passar uns bons momentos. Não é excepcional, mas está bem feita, foge às regras e consegue mesmo inverter os preconceitos. Deviam pôr os olhos neste realizador e começar a fazer material em condições baseados na realidade. Nada é mais divertido.
    BernieTítulo Original: "Bernie" (EUA, 2011)
    Realização: Richard Linklater
    Argumento: Richard Linklater, Skip Hollandsworth
    Intérpretes: Jack Black, Shirley MacLaine, Matthew McConaughey
    Música: Graham Reynolds
    Fotografia: Dick Pope
    Género: Comédia, Crime, Drama
    Duração: 104 min.
    Sítio Oficial: http://bernie-the-movie.com/

    28 de outubro de 2012

    O regresso de Buffy

    No início do ano a Warner Bros falava de um filme que recuperasse "Buffy - the Vampire Slayer" de Joss Whedon. Nem o criador nem o elenco estão particularmente agradados com a ideia visto que este foi um fenómeno único e entretanto todos seguiram com as suas carreiras, mas não diriam que não a um regresso. Entretanto o rumor desapareceu. Parece ter sido só um estudo de mercado.
    Se quiserem rever Buffy, Angel, Willow e todos os outros, a colecção da série original está a bom preço. São cem horas de material.

    O que diriam se tal filme fosse feito?

    "Immortals" por Nuno Reis

    Se há realizador com o qual implico é Tarsem Singh. Isso já vem de longe e não tem melhorado com o passar do tempo, mas a verdade é que ele também não me tem dados motivos para mudar de opinião. O recente flop na adaptação da Branca de Neve foi apenas mais uma prova. Só que no ano passado Singh fez uma coisa da qual me tinha protegido desnecessariamente. Ao ver “ Immortals” descobri que, apesar de ainda não ser bom, era o melhor filme que ele teria feito.

    Na onda da recente moda de recuperar a mitologia grega, somos apresentados a Teseu. A missão que o futuro herói unificador de Atenas vai desempenhar é uma batalha desproporcional contra o exército do rei Hiperion pelo arco de Épiro. Com esse arco Hiperion subjugaria a humanidade aos desejos dos titãs. E sem os humanos, depressa os deuses cairiam. Para evitar esse massacre, Zeus confia a derrota a um humano que treinou para momentos difíceis. Conseguirá um pescador formar um exército, derrotar um rei e salvar os deuses?

    O que surpreende desde logo é o estilo visual. Singh diz que tentou que tivesse um aspecto de pintura renascentista e funcionou. Apesar de parecer que está três mil anos adiantada, a arte do Renascimento foi inspirada no clássico portanto é uma excelente forma de regressar à Grécia do século XII A.C. A escolha de actores foi convencional, mas imprevisível. Como herói Henry Cavill, que agora enverga a capa de Super-Homem. Como vilão Mickey Rourke, que tem sido o mau da fita em quase tudo o que fez desde o seu regresso. Como menina em perigo Freida Pinto, um dos orgulhos dos indianos e que ninguém desgosta. E ainda Stephen Dorff e John Hurt em papéis demasiado pequenos para o currículo que têm. Era portanto um elenco em condições nas mãos de um realizador capaz do pior, mas não. O estilo próprio de Singh encaixa perfeitamente no tipo de história a contar. Tem algo de exótico e transcendente que faz com que tanto os cenários como os diálogos e as situações existam numa caixa hermética onde se entra ao começar do filme e se permanece sem interferência do mundo exterior. Pode ser uma situação invulgar e quase desconfortável quando se vai para visionamento, mas a história também não é comum e com uma narrativa mais convencional passaria despercebida. Com esta inovadora receita proporciona um bom momento.
    Meses depois o filme estará esquecido, disso não haja dúvida, mas parte da sua estrutura permanecerá no inconsciente como um sonho. Sempre é melhor do que os outros heróis gregos que andam a estrear e recordamos pelos piores motivos.
    ImmortalsTítulo Original: "Immortals" (EUA, 2011)
    Realização: Tarsem Singh
    Argumento: Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides
    Intérpretes: Henry Cavill, Mickey Rourke, Freida Pinto, Stephen Dorff, John Hurt, Luke Evans
    Música: Trevor Morris
    Fotografia: Brendan Galvin
    Género: Ação, Drama, Fantasia
    Duração: 110 min.
    Sítio Oficial: http://www.immortalsmovie.com

    27 de outubro de 2012

    Vídeos de "A Moral Conjugal"

    "A Moral Conjugal" de Artur Serra Araújo

    Manuela (São José Correia) é uma sensual delegada de propaganda médica. Vive habituada a trilhar os caminhos da infidelidade, envolvendo-se inconsequentemente com médicos. Suspensa entre o sonho de um grande amor e uma vida de conforto, oscila num limbo entre um homem que tem ataques de pânico (Dinarte Branco) cada vez que se apaixona e um terrorista romântico (José Wallenstein) que jamais perdoará uma traição. Entre o impulso adultero e a transparência da dependência emocional, Manuela expõe-se? Numa escalada de ansiedade, mentira e criatividade vai tentar evitar desesperadamente as consequências conjugais.A Moral Conjugal
    Site

    Fiquem com alguns vídeos desta produção nacional.
    Trailer


    As personagens



    E se ainda não estão fartos de lagostas, aqui fica a música:

    26 de outubro de 2012

    Estejam atentos à TVCine

    As próximas semanas serão de particular interesse na TVCine.

    Estreia já no próximo dia 2 de novembro, em exclusivo nos Canais TVCine, o “CineCurtas”. Filmado e exibido com a qualidade da alta definição, este programa apresentará uma série de curtas-metragens, com o objetivo de divulgar o trabalho da nova geração de cineastas que trouxe um fôlego renovado ao cinema português.

    São 12 episódios, com 12 depoimentos intimistas, seguidos das exibições das respetivas curtas-metragens. Todas as sextas-feiras poderá conhecer melhor um destes autores, bem como o que os inspira a criar e que realidades preferem explorar nas suas obras, entre outros temas.
    2 NovNuno RochaVicky and Sam
    9 NovSérgio GracianoAssim, Assim
    16 NovPaulo NevesA Cabine
    23 NovArtur Serra AraújoDesavergonhadamente Real
    30 NovLuís AlvesA Cova
    7 DezFilipe MeloI'll See You In My Dreams
    14 DezAndré BadaloShoot Me
    21 DezRodrigo AreiasCorrente
    28 DezGonçalo Galvão TelesSenhor X
    4 JanPedro NevesÁgua Fria
    11 JanPaulo AbreuBarba
    18 JanZara PintoRomeu & Julieta


    Se isso não bastar:
    Das 18:00 de sexta-feira, dia 9, até às 24:00 de domingo, dia 11 de novembro, todos os clientes do serviço de televisão com uma box digital vão poder assistir à emissão dos canais TVCine e TVSéries.
    É uma oportunidade para o público em geral assistir aos melhores filmes e às mais recentes séries, que estes Canais Premium apresentam em exclusivo na TV.

    A lista de filmes para este mês é a seguinte:
    IMORTAIS (estreia dia 2)
    AMOR, ESTÚPIDO E LOUCO (estreia dia 4)
    ALTA GOLPADA (estreia dia 9)
    A MINHA SEMANA COM MARILYN (estreia dia 11)
    MISSÃO IMPOSSÍVEL: OPERAÇÃO FANTASMA (estreia dia 16)
    SEM TEMPO (estreia dia 23)
    MONEYBALL – JOGADA DE RISCO (estreia dia 30)

    Os filmes já foram todos vistos. As críticas em falta vão ser publicadas atempadamente para vos ajudar a decidir se vêem ou não.

    Quantos somos?

    Com a nomeação para melhor Blog Individual surgiram vozes descontentes a dizer que este é um blog colectivo.

    Então porque me inscrevi como individual? A justificação é simples. Todos os anos diziam que o Antestreia era um blog individual (leiam o texto de apresentação do blog nos prémios de 2010) e devia competir como tal. No ano passado nem me nomeei a melhor blog, foram os outros, mas este ano para não ir parar outra vez a colectivo nomeei-me individual.

    No ano passado o "Um Dia Fui Ao Cinema" competiu como individual sem problemas por ter um autor principal e um de suporte. E o "Sétimo Continente" estava em colectivo tendo um autor praticamente sozinho. Na altura até sugeriram que trocassem. Pois regi-me pelos mesmos princípios de então.

    Apesar de haver mais autores com permissões no blogger para escrever no Antestreia, desde Novembro do ano passado (que é quando conta para esta edição) todos os posts no blog, twitter, facebook e demais espaços Antestreia foram publicados por mim. O blog tem 783 entradas nestes 12 meses. As aplicações web foram desenhadas e desenvolvidas por mim. As imagens foram carregadas por mim para o repositório Antestreia. As entrevistas foram filmadas por mim. O dinheiro da publicidade reverterá para mim (daqui a 20 anos, quanto chegar ao mínimo de 100 dólares). O logótipo foi redesenhado por mim (penso que em Abril) com base num original do David Santos com cinco anos.
    Se por vezes escrevo no plural é porque o Antestreia tem vida própria e se quer exprimir. Espero que não haja mais dúvidas quanto a isto.

    Falando dos posts em concreto que é a única coisa em que pensam, as excepções foram:
  • integradas no âmbito da iniciativa Plano Nacional de Cinema que tinha autores convidados.
  • um artigo de opinião e oito críticas a filmes ditados pelo meu pai e escritos por mim do primeiro ao último caractere.
    Se isso é ter um segundo autor podemos excluir todas as iniciativas de blogs individuais com colaboração de autores externos. E todos aqueles que ocasionalmente fazem um post a recordar textos do Bénard da Costa. E aqueles que fizeram entrevistas por email e apenas copiaram as respostas... Não sei quantos candidatos sobrarão.

    Para satisfazer os invejosos identifiquei os textos que não são meus com a etiqueta Plano Nacional de Cinema ou Autores Convidados. Se encontrarem algum post com as etiquetas erradas ou em falta por favor avisem. Nas críticas de filmes e notícias anteriores a 2007 sei que faltam muitas.
  • "Our Lady of Lourdes" em pós-produção


    Peter Szewczyk venceu ex-aequo o Fantas deste ano com a curta "Colour Bleed". No ano anterior tinha trazido uma prémio especial de Sitges e pouco depois um segundo lugar do SHOTS.
    Se o quiserem ajudar na produção de novo filme vencedor aqui fica o link de crowdfunding. Se não, pelo menos vejam o trailer do que já está pronto:



    Balanço das nomeações aos TCN 2012

    Aqui deixaremos uma lista dos nomeados Antestreia/SciFiWorld.

    Blogs ou portais?

    Tendo saído os resultados dos TCN Blog Awards 2012 nota-se pela primeira vez a evolução da blogosfera. Pelo lado positivo destaca-se o blog que passou a portal no ano passado e continua ligado às actividades da blogosfera (AnteCinema). E por outro lado o TvPrime que apesar do novo interface, funcionalmente continua a ser um blog. Esperava encontrar muitos mais desses aqui, mas quem é blogger tem orgulho nisso.
    Surgiram 20 candidatos à distinção de novo blog. É um número muito interessante, e na verdade conhecia 6 deles. O mercado está saturado e ou oferecem algo de diferente ou não conseguirão dar o salto. Acreditemos que conseguem singrar. Veja-se o exemplo dos últimos vencedores, o Dial P for Popcorn e o Blockbusters, e das secções/iniciativas originais que oferecem.

    Muito para ler

    81 artigos e 147 críticas revelam a quantidade de ideias que esta gente quer expressar. Na maioria são críticas porque, afinal de contas, é mais fácil ver filmes diferentes todas as semanas do que ter algo de único a dizer. Devo dizer que limitar o número de artigos/entrevistas/candidaturas a 5 é aborrecido para blogs que são apenas disso. Na SciFiWorld Portugal havia uma dúzia de críticas que podiam perfeitamente estar nesta lista final.
    Nomeações:
    A SOPA dos Pobres (não era a grande aposta)
    Porque a TV parece melhor do que o cinema (único nomeado)
    Obrigado pela música
    As Linhas de Wellington
    Hugo por Rui Madureira no Portal Cinema/SciFiWorld

    Fazer a pergunta certa

    É sempre de saudar ver que estão com espírito inquisidor. E muitas destas entrevistas são a figuras de proa do cinema nacional e internacional! Mesmo que alguns desses espaços e entrevistadores sejam tratados como imprensa séria lá fora, temos aqui casos de pessoas que simplesmente quiseram e conseguiram uma entrevista para um blog pouco conhecido. Já passei por isso numa época em que quase se riam de nós. Estão de parabéns.
    Nomeações:
    Entrevista a Pascal Laugier
    Entrevista ZON Lusomundo sobre o Cinema Nacional

    iniciativas

    Aqui só posso dizer "Uau!" Lembro-me de um tempo em que um blog com iniciativa teria feito um especial com alguma temática, ou no máximo convidaria autores de outros espaços para uma rubrica. Isso mudou quando o Antestreia fez o encontro de blogs, quando o Miguel Reis organizou uma cerimónia de prémios da blogosfera, quando o Samuel Andrade criou uma comunidade online ou o Gabriel Martins e a sua tertúlia, quando o Split Screen nomeou um filme aos Oscares ou iniciativa interblogs da petição para salvar o serviço público de cinema na RTP2... Não é só politicamente que um blog pode mudar o mundo. Este ano havia iniciativas de muito louvor, no entanto a lista final não é seguramente a melhor possível. Nota-se o grande foco nos podcasts e semelhantes, algo que já tinhamos há 2 anos.
    Nomeações:
    apenas indirectas (estamos nos júris CBA e CCOP).

    blogues e bloggers

    38 e 34 respectivamente. Não é um número surpreendente visto que existe uma centena de blogs e ainda mais bloggers, mas estes são os que estão atentos aos prémios e participam na comunidade. O número de candidatos é semelhante ao de outros anos revelando a persistência ou renovação. É também nesta lista que se notam mais as ausências causadas pelo júri de selecção. Não aparecem blogs/autores nomeados em diversas categorias, que seguramente estariam candidatos ao prémio máximo e aparecem alguns que estarem num top8 é estranho. Enquanto categorias que avaliam um único post podem ser vistas por um júri externo, as categorias blogs, bloggers e iniciativas precisam de gente que conheça o verdadeiro impacto.
    Nomeações:
    Antestreia
    David José Martins
    João Pinto
    Nuno Reis


    Ter desvendado alguns dos nomeados com horas de antecedência foi bom pois fiquei a saber com o que contar. O problema foi ter começado pela categoria errada... De todas as listas de nomeados, a de iniciativas será a menos interessante. Este ano não houve muitas criativas e as do Antestreia eram claramente favoritas (uma daquelas nomeações que tomei como certas). Aparentemente o júri gostou de quase tudo o que fiz este ano, excepto aquilo que fiz de melhor. Nem trazer a SciFiWorld nem ACurta/OFilme ou o Plano Nacional de Cinema foram escolhidos para a votação final.
    Posso-me culpar pelo marketing errado ou culpar o júri por não compreender as potencialidades disto, mas em qualquer dos casos fiquei aborrecido. Com a eminente mudança do blog para site, não estou a ver como poderei nomear algo em 2013. Gostaria de partir deixando um testemunho, mas afinal o meu legado são os artigos, as críticas, as entrevistas. No fundo um pouco de tudo e em duplicado. Como compensação por esse único falhanço, fui o blogger mais nomeado no total das categorias e estabeleci um recorde que não cairá facilmente com 8 nomeações em 10 categorias. Além disso, dependendo da forma como se ler, fui o único a conseguir nomeações por mais de um blog. Mesmo sem o Santo Graal, vai ser um excelente fecho de carreira. A não ser que faça um blog-satélite do site... é um caso a considerar.

    25 de outubro de 2012

    Prémios TCN 2012: Nomeados a Blogger do Ano

    E aqui estão os nomeados do ano. De destacar que o único blog com mais de um é a SciFiWorld Portugal. Isto prova que está realmente a reunir os maiores talentos da rde nacional.


    Aníbal Santiago do Rick's Cinema
    Carolina Sales do TVDependente
    David José Martins do Cine31 e da SciFiWorld
    Inês Moreira Santos do Hoje Vi(vi) um Filme e do Espalha Factos
    João Pinto do Portal Cinema e da SciFiWorld
    Nuno Reis do Antestreia e da SciFiWorld
    Samuel Andrade do Keyzer Soze's Place
    Tiago Ramos do SplitScreen

    Prémios TCN 2012: Nomeados a Melhor Blogue de Cinema/TV

    Depois das publicações, os blogs. Estes foram os escolhidos para a corrida a melhor blog.

    Novo Blog

    Caminho Largo por Jorge Teixeira, Pedro Teixeira
    Casa de Séries por vários
    Hoje Vi(vi) um Filme por Inês Moreira Santos
    Mundo do Cinema por Vários
    Revista Sombra por Vários
    Shut Up and Watch Movies por O Projeccionista
    Terceiro Take por André Olim
    Viagem a Andrómeda por João Campos


    Blog Individual

    Antestreia por Nuno Reis
    Cinedrio por Luís Mendonça
    Cinema's Challenge por Andreia Mandim
    Cinema Xunga por Pedro CinemaXunga
    Close-Up por Catarina D'Oliveira
    Créditos Finais por Miguel Ferreira, João Gaspar
    Keyzer Soze's Place por Samuel Andrade
    O Narrador Subjectivo por David Lourenço

    Blog Colectivo

    À Pala de Walsh por Vários
    Cine31 por Vários
    Laboratório de Séries por Vários
    Portal Cinema por Vários
    Por Um Punhado de Euros por Vários
    Rick's Cinema por Vários
    SplitScreen por Vários
    TVDependente por Vários

    Prémios TCN 2012: Nomeados a Melhor Iniciativa


    Uma iniciativa é algo que transcende o comum artigo. Pode ser uma actividade offline, pode ser uma compilação de texto relacionados, pode ser muita coisa, desde que seja algo que ainda ninguém pensou. Aqui ficam as ideias do ano:

    Cinema Bloggers Awards por Blockbusters
    Círculo de Críticos Online Portugueses por SplitScreen
    Filmes que toda a gente gosta, mas eu não no Cine31
    Espalha Factos Rádio no Espalha Factos
    The X-Files - 10 Anos no Imagens Projectadas
    PhotoRecap no TVDependente
    Podcast TVD no TVDependente
    Quem Te Viu e Quem TV no TVDependente

    O Antestreia colabora com as duas primeiras.

    Prémios TCN 2012: Nomeados a Melhor Crítica

    Os blogues de cinema/tv sem críticas são a excepção. Entre os que fazem a regra, surgiram centena e meia de críticas para o júri ler. Aqui ficam as melhores:

    As Linhas de Wellington por Nuno Reis no Antestreia
    Dersu Uzala por Jorge Teixeira no Caminho Largo
    The Artist por Jorge Rodrigues no Dial P for Popcorn
    Tabu por Inês Moreira Santos no Hoje Vi(vi) um Filme
    Cape Fear por David Lourenço no O Narrador Subjectivo
    Hugo por Rui Madureira no Portal Cinema e na SciFiWorld
    O Cavalo de Turim por Tiago Ramos no SplitScreen
    Albert Nobbs por André Olim no Terceiro Take

    Obrigado pela música por Nuno Reis no Antestreia
    Desperate Housewives (2004-2012) por Denise no Casa de Séries
    You may kiss me now por Sara Ribeiro no Imagens Projectadas
    5 Séries, 5 Canais. O fim de uma era! por Miguel Bento no Imagens Projectadas
    Game of Thrones - A Magia Perdida por Jorge Pontes no Laboratório de Séries
    Séries que nos Marcam: "Allo 'Allo!" por Aníbal Santiago no Rick's Cinema
    House: 8×22 – Everybody Dies por Mafalda Neto no TVDependente
    The Walking Dead: 2×11 – Judge, Jury, Executioner por João Barreiros no TVDependente

    Prémios TCN 2012: Nomeados a Melhor Entrevista


    Com 8 dos 19 candidatos na final, a categoria mais provável para se chegar à final era a de entrevista. Como é um estilo muito particular de publicação, não foi de estranhar que os candidatos repitam nomeações (eu por dois meios diferentes, Aníbal Santiago pelo Rick's Cinema, TIago Ramos pelo SplitScreen). Qual delas merece ganhar?

    Conversa com Jonathan Rosenbaum, por Miguel Domingues no À Pala de Walsh
    Entrevista ZON Lusomundo sobre o Cinema Nacional por Nuno Reis no Antestreia
    Entrevista - Filipe Coutinho por Mónica Freitas e Tiago Vitória no Sombra
    Entrevista a José Filipe Costa sobre "Linha Vermelha" por Aníbal Santiago no Rick's Cinema
    Entrevista a Cristián Jiménez sobre "Bonsai" por Aníbal Santiago no Rick's Cinema
    Entrevsta a Pascal Laugier por Nuno Reis no SciFiWorld
    Entrevista a Dalila Carmo por Tiago Ramos no SplitScreen
    Entrevista a Vicente Alves do Ó sobre "Florbela" por Tiago Ramos no SplitScreen

    Prémios TCN 2012: Nomeados a Melhor Artigo

    A categoria de artigo foi dividida em Cinema e Televisão (o vencedor do ano passado e um dos meus candidatos este ano eram comparativos destes dois mundos, onde entrariam?). Os 81 candidatos versam sobre uma infinidade de temas e decerto serão excelentes leituras. Em Cinema tenho demasiados favoritos.

    Cinema

    A SOPA dos Pobres por Nuno Reis no Antestreia
    Woody Allen: O Homem das Mil Artes por Andreia Mandim no Cinema's Challenge
    Como ser um Super-Herói? por Catarina D'Oliveira no Close-Up
    Ninho de Cucos(IV) por Gustavo Santos no Dial P for Popcorn
    O Fim da Película: O Fim da Cinefilia? por Samuel Andrade no Keyzer Soze's Place
    Artes Marciais - O Género Menor por Film Puff no Not Film Critic
    Negação, Raiva, Negociação, Depressão e Aceitação por Axel Ferreira no Natureza Morta
    O Novo Brilho do Cinema do Chile por Aníbal Santiago no Rick's Cinema


    Televisão

    Porque a TV parece melhor do que o cinema por Nuno Reis no Antestreia
    Que fã serei eu? por Filipa Silva no Casa de Séries
    RTP 2 - Sentimento de Revolta por Rui Alves de Sousa no Companhia das Amêndoas
    Privative-se a Eurovisão! por Pedro Miguel Coelho no Espalha Factos
    2012, O Fim de uma Era por Jorge Pontes no Laboratório de Séries
    "Bom dia, em que posso ser útil?" por Jorge Pontes no Laboratório de Séries
    Os 10 melhores combates em “Rurouni Kenshin” por Gabriel Martins no TVDependente
    I have all these feelings: “Glee” e adolescentes queer na televisão por Pedro Cerdeira no TVDependente

    24 de outubro de 2012

    Amanhã à noite: Shut Up and Play the Hits

    Amanhã o DocLisboa antecipa um videoconcerto muito aguardado.

    No dia 25 de Outubro, às 23h00, o filme que assinala o fim dos LCD Soundsystem é exibido em múltiplos ecrãs no Lux, integrado na programação do Doclisboa'12. Após a projecção, a noite continua com os Djs Tim Sweeney (DFA), Zé Pedro Moura, Pinkboy e Mr. Mitsuhirato.

    O filme tem estreia comercial no dia 1 de Novembro, no Espaço Nimas. A partir da mesma data, o filme estará disponível em DVD e nas plataformas VOD.


    A 2 de Abril de 2011, os LCD Soundsystem deram o seu último concerto no Madison Square Garden. O líder dos LCD, James Murphy, tomou a decisão de acabar com uma das mais célebres e influentes bandas da sua geração no auge da popularidade, assegurando que a mesma se retirava em grande, com o maior e mais ambicioso concerto da sua carreira. Rapidamente esgotada, a extravagância de quase quatro horas foi isso mesmo, levando os milhares de espectadores às lágrimas, de alegria e de tristeza, com a revista “New York” a apelidar o acontecimento de “uma maravilha de puro ofício” e a revista “Time” a lamentar-se de que “podemos nunca mais voltar a dançar”. SHUT UP AND PLAY THE HITS: O FIM DOS LCD SOUNDSYSTEM é, ao mesmo tempo, uma narrativa cinematográfica que documenta esta actuação única e um retrato íntimo de James Murphy, antes do concerto e no dia seguinte, bem como as ramificações pessoais e profissionais da sua decisão.

    “Tal como esse pop de sintetizadores deliberadamente consciente de si mesmo, “Shut Up” começa por ser satírico para finalmente desarmar com a sua ressonância emotiva.”, in Variety

    “Um concerto filmado de forma deslumbrante”, in The Guardian

    Bilhetes para a sessão de dia 25 de Outubro à venda no Lux, Louie Louie, Flur e Ticketline.

    23 de outubro de 2012

    "LOL" por Nuno Reis

    O que Miley Cyrus quer, Miley Cyrus tem. Com fama e dinheiro consegue-se muita coisa e a antiga Hannah Montana tem construído a sua carreira como quer. Primeiro Nicholas Sparks escreveu "The Last Song" de propósito para ela e para chegar a um público mais jovem. Agora Lisa Azuelos refez com ela “LOL”, o filme que escreveu em 2008 para compensar a falta de filmes para adolescentes em França.
    O tema é a geração Z, aqueles que nasceram e cresceram sob influência da Internet não conhecendo outra realidade. Um dia chegará uma geração que vive apenas no online, mas por enquanto falo apenas dos que têm internet sempre ligada, falam por emoticons e abreviaturas via IM e SMS nos seus smartphones e tablets... Lola é um exemplo desa geração. Como qualquer adolescente tem problemas de comunicação com os pais, sente-se incompreendida e injustiçada e tem um coração irrequieto. Mas ao contrário dos filmes anteriores sobre adolescência, aqui a rede tem uma grande importância para a comunicação. Se disser que é vital não será um exagero.

    Concordo com a realizadora que dizia fazerem falta filmes pensados para os jovens. A perspectiva aqui apresentada apesar de estar centrada em Lola e nos seus colegas mostra também (em menor grau) a versão de pais e avós. Uma família modelo em que todos se dão bastante bem é o cenário perfeito para começar a falar de amadurecer e o incontornável conflito geracional vai surgir mais tarde, quando a confiança entre facções é quebrada.
    Não nasci com Internet, mas mergulhei destemido nesse mundo assim que possível e também criei uma simbiose com A Rede. Percebo tudo o que Lola faz e os termos que usa. Percebo a raiva e a angústia da adolescência. Percebo as atitudes tomadas e as oportunidades aproveitadas. Percebo tudo, mas ainda assim não dou razão. A “velhice” chega a todos e aqui noto que já não estou na geração dos filhos, mas na dos pais.
    Os tempos mudam e os riscos são maiores, a exposição social é maior. É uma geração que está acostumada a ter tudo no imediato e o travão colocado pelos pais perturba aquilo que se acha serem os sonhos de vida.

    Apesar das más avaliações pela Internet fora (chegou a estar no Bottom 100 do IMDb) é obviamente mais por culpa dos anti-Cyrus do que por defeitos de “LOL”. É um estilo de filme que faz sempre falta. Ser americano e com Miley Cyrus supostamente faria com que chegasse a mais gente, mas acabou por passar despercebido por todos os poucos mercados onde estreou. Culpa generalizada da distribuição ou desconhecimento de como promover este tipo de produto?
    Com um formato convencional em que o humor espaça os momentos dramáticos, é mais um daqueles títulos para ver numa tarde de domingo. Especialmente recomendado aos adolescentes e aos jovens pais para que se entendam, nesta era em que a comunicação é tudo e mesmo assim as pessoas parecem não conseguir comunicar.
    O grande ponto fraco é a direcção de actores pois a estrela óbvia e Demi Moore (como mãe) não estando mal, ofuscam um elenco que precisava de apoio para tornar “LOL” mais consistente. Nos pontos positivos a banda sonora como seria de esperar é muito do agrado do escalão etário alvo.




    LOLTítulo Original: "LOL" (EUA, 2012)
    Realização: Lisa Azuelos
    Argumento: Lisa Azuelos, Kamir Ainouz
    Intérpretes: Miley Cyrus, Demi Moore, Douglas Booth, Lina Esco, Ashley Greene, George Finn
    Música: Rob Simonsen
    Fotografia: Kieran McGuigan
    Género: Comédia, Drama, Romance
    Duração: 97 min.
    Sítio Oficial: http://www.lol-themovie.com/

    22 de outubro de 2012

    Nós por cá

    O cinema nacional está em grandes mudanças. Sejam os prémios trazidos de todos os maiores festivais do mundo ou o facto de termos dois filmes a lutar taco-a-taco pelo terceiro lugar de filmes nacionais mais vistos desde 2004 (do 3º ao 6º estão todos entre 230 a 233 mil), isto não está como antigamente.

    Outro sinal de mudança parece vir do nosso centenário Manoel de Oliveira. Enquanto a Cinemateca Francesa na passada semana recebeu 5600 espectadores para a sua retrospectiva - uma média de 92 pessoas por sessão - por cá a média está em 10, mas isso são bons números.
    Enquanto as "Singularidades de uma Rapariga Loira" (em 2009) fez 1500 na primeira semana, "O Gebo e a Sombra" este fim-de-semana juntou 1500 entradas às 2000 da primeira semana. Esperemos que chegue aos 8000 de "O Quinto Império" (2004), maior sucesso de Oliveira dentro de portas nos últimos dez anos.
    Nada mau para quem parecia ser ignorado pelos seus compatriotas ("O Estranho Caso de Angélica" em 2011 nem chegou aos 800 bilhetes).

    Para concluir, o quarto filme nacional em exibição é "As Linhas de Wellington" que com quase três semanas cumpridas aproxima-se dos 30000 espectadores.

    "Hit and Run" por Nuno Reis

    O cinema pode ser arte e cultura, mas para muita gente é mero entretenimento. E se sabe bem ir ver um filme para apreciar detalhes técnicos e influências de determinada corrente, noutras semanas compra-se o bilhete mesmo só para espairecer. Foi esse o caso com "Hit and Run": um filme que não tinha a oferecer além de um elenco sonante e a promessa de velocidade e crime.

    O actor Dax Shepard anda a brincar aos realizadores. Como o primeiro filme não bastou para cativar investidores, para fazer este filme teve de ser poupado e contratou a namorada real Kristen Bell para interpretar a sua namorada. Outras das estrelas convidadas foram Tom Arnold e Bradley Cooper que tinha dirigido na primeira experiência. No total gastou dois milhões e já deve ter lucrado bastante mais.
    A personagem de Shepard é Charles Bronson. Confusos? Na verdade chama-se Yul Perkins, mas como está ao abrigo do programa de protecção de testemunhas teve de mudar de nome e esse era simplesmente demasiado fixe (além de o tornar indetectável pelas pesquisas online). De volta à história, Bronson/Perkins está farto da vida simples e quando a namorada Annie (Bell) recebe uma proposta de emprego em Los Angeles, ele decide voltar com ela para a cidade de onde fugiu cinco anos antes. Vão ser perseguidos pelo agente encarregado dele, pelo ex-namorado dela, pelos criminosos que denunciou.... A única forma de escapar é andando muito depressa.

    Desde a abertura que "Hit and Run" marca a diferença. O plano escolhido para o primeiro diálogo é deveras invulgar. Segue-se um desajeitado Tom Arnold a trazer humor físico, uma Kristin Chenoweth absolutamente brilhante a louvar drogas. É uma tão boa primeira impressão, que o que se segue fica muito tempo com calcanhares ao nível dos olhos.
    Este é um filme sobre carros e criminosos. É uma comédia e um romance. É entretenimento puro, com imensas situações espalhafatosas e impensáveis. Pouca coisa faz sentido, nenhum tiro acerta no alvo... Contudo dá para rir bem alto em bastante situações e mesmo quando exagera no ridículo (por exemplo, sempre que Tom Arnold aparece) é constante na fidelidade ao espírito inicial.

    Os amantes da velocidade arranjarão defeitos na escolha nada convencional de veículos e na brevidade dos troços percorridos. Os amantes de acção vão achar a pancadaria demasiado contida, demasiado real. Os apreciadores de humor vão achar que sabe a pouco. Neste seu filme de autor, Dax Shepard correu vários riscos. Pegou no que quis de diversos géneros e foi esticando como podia para fazer algo que cobrisse uma variedade surpreendente de gags. Sem se prender aos padrões gastos, dá-nos uma história igual a tantas outras disfarçada de novidade. Pode não ser uma preciosidade, mas pelo menos podemos dizer que é uma raridade pois tão cedo não voltamos a ver algo assim.
    Hit and RunTítulo Original: "Hit and Run" (EUA, 2012)
    Realização: Dax Shepard
    Argumento: Dax Shepard
    Intérpretes: Dax Shepard, Kirsten Bell, Bradley Cooper, Tom Arnold, Michael Rosenbaum, Beau Bridges, Kristin Chenoweth
    Música: Robert Mervak, Julian Wass
    Fotografia: Bradley Stonesifer
    Género: Acção, Comédia, Romance
    Duração: 100 min.
    Sítio Oficial: http://www.hitandrunmovie.com/

    21 de outubro de 2012

    "2 Days in New York" por Nuno Reis

    Os americanos gostam de se queixar dos franceses. Em parte será porque são o maior dos poucos povos que não estão bem representados no melting pot, mas essencialmente porque simbolizam o oposto dos americanos em quase tudo. França tem artes, cultura, história. É para lá que os americanos vão quando querem espairecer e ficar melhores pessoas. Viu-se um excelente exemplo em "Midnight in Paris". Não foi pelas mãos de Allen, mas tivémos um novo exemplo recente da rivalidade - chamemos-lhe antes dicotomia - Paris/Nova Iorque. Os estado-unidenses têm dficuldade em admitir que admiram alguém estrangeiro pelo que costumam desdenhar. Em 2007 Julie Delpy, a mais famosa multi-talentosa mulher do cinema europeu, retribuiu levando um deles a passar um fim-de-semana traumatizante em Paris. E em 2012 faz o percurso inverso levando os franceses a Nova Iorque para que choquem toda a Grande Maçã. Receita garantida de sucesso.
    A referência acima ao “Midnight” não foi inconsciente. Delpy é o Woody Allen europeu por se mover constantemente entre drama e comédia sempre com inteligência e usando a simplicidade para passar mensagens profundas. Além disso é actriz/argumentista/realizadora e o que mais for necessário pelo que influencia praticamente tudo.

    Voltemos a Paris e a 2007. Marion (Delpy) levou o namorado Jack (Adam Goldberg) a conhecer a sua família. Esse ambiente hostil ajudou-os a repensar a sua relação e após superarem as dificuldades continuaram juntos para todo o sempre... Errado! Estamos em 2012 e vemos Marion em Nova Iorque com o seu marido Mingus (Chris Rock). Ambos têm filhos de relações anteriores e a visita da família de Marion em vésperas da importante exposição fotográfica dela junto com as pequenas crises da vizinhança são demasiadas fontes simultâneas de stress. Especialmente porque ninguém está preparado para lidar com aquela família.

    É uma proposta mais ligeira que a primeira entrega. A isso ajuda imenso a naturalidade de Chris Rock na comédia por oposição com Goldberg e Delpy sabe-o bem pois cedeu o protagonismo. Mas é também porque só agora são colocadas questões realmente pertinentes sobre a humanidade, a alma e o propósito da existência. A americanização da saga “Two Days” torna este segundo filme mais fácil de ver, acessível a um público mais vasto, e no entanto a destreza de Delpy fez com que não se perdesse o encanto europeu. Sente-se a necessidade que Delpy tem de contribuir para a formação do espectador enquanto entretem e aqui essa missão é facilitada pela preciosa ajuda de outro actor/realizador que surpreende. Para ver assim que possível.
    2 Days In New YorkTítulo Original: "2 Days In New York" (Alemanha, Bélgica, França, 2012)
    Realização: Julie Delpy
    Argumento: Julie Delpy, Alexia Landeau, Alexandre Nahon
    Intérpretes: Chris Rock, Julie Delpy, Albert Delpy, Alexia Landeau, Alexandre Nahon
    Fotografia: Lubomir Bakchev
    Género: Comédia
    Duração: 96 min.
    Sítio Oficial: http://www.2daysinnewyorkmovie.com/

    Kôji Wakamatsu recordado no Nimas

    O Espaço Nimas em Lisboa de ontem a dia 24 está a recordar a carreira do produtor/realizador Kôji Wakamatsu, tragicamente falecido num atropelamento este mês. Serão exibidos O "Êxtase dos Anjos", "Sex Jack – Sistema Violado", "Os Segredos Atrás das Paredes"" e "Vai, Vai Virgem Pela Segunda Vez", integrados num ciclo dedicado ao Erotismo no Cinema Japonês, onde serão ainda mostrados O "Império dos Sentidos" e "O Império da Paixão" ambos de Nagisa Ôshima e o primeiro com produção de Wakamatsu.

    O realizador japonês era conhecido por ter produzido um importante conjunto de títulos de cinema pink, o erótico japonês, incluindo o lendário "Império dos Sentidos". A maioria das suas produções nunca foram conhecidas no estrangeiro por terem a violação como tema chave, no entanto encontram-se excepções:

  • O filme "Jitsuroku Rengo Sekigun"/"Exército Vermelho Unido" sobre um grupo maoista japonês com o mesmo nome e que lhe valeu um prémio em Berlim.

  • Recentemente exibido em Sitges ( e também premiado em Berlim), um dos seus últimos filmes "Caterpillar, conta a história de um homem que volta da guerra sem braços nem pernas, mas com um grande apetite sexual.

  • A sua última obra lançada foi "The Day Mishima Chose His Own Fate" (selecção Un Certain Regard em Cannes)
    A derradeira será "The Millennial Rapture" ainda sem plano de distribuição.


  • 20 de outubro de 2012

    For Your Consideration (III)

    Portugal tem diversos prémios de mérito, contudo para este blog há apenas um que merece ser considerado. São os TCN Blog Awards que já por duas vezes vencemos no distante ano de 2010 nas categorias de Blogger e Iniciativa, ficando em segundo na corrida a Melhor Blog. Em 2011 conseguimos novamente três nomeações, para Blog, Blogger e Crítica.
    Chegou 2012 e muita coisa mudou por aqui tal como mudaram as categorias a concurso. Este ano o Antestreia tem uma vasta lista de nomeados e gostaríamos de apresentar alguns para vossa consideração:

    A maioria deles não deverá chegar à final, mas se deixarem os vossos comentários de apreço pode ser que o júri de selecção tenha isso em atenção.

    Artigo

    A SOPA dos pobres
    Começou a batalha pela Internet
    Falidos e poliglotas
    Porque a TV parece melhor do que o cinema
    Uma ideia boa e barata

    Blog Individual

    http://Antestreia.pt

    Blogger

    Nuno Reis

    Crítica Cinema

    "As Linhas de Wellington" por Nuno Reis
    "Mr. Nobody" por Nuno Reis
    "My Week With Marilyn" por Nuno Reis
    "The Dark Knight Rises" por Nuno Reis
    "Late Blommers" por Nuno Reis

    Crítica TV

    Blogger Convidado: "Band of Brothers", por Nuno Reis
    Obrigado pela Música

    Entrevista

    Entrevista ZON Lusomundo sobre o Cinema Nacional

    Iniciativa

    O Filme, A Curta, O Livro
    Plano Nacional do Cinema pelos bloggers
    Trazer SciFiWorld para Portugal

    19 de outubro de 2012

    Texto publicado na SciFiWorld Magazine

    1. Sabem que em Fevereiro de 2010 o diário do Fantas publicado no Antestreia foi traduzido para o portal da SciFiWorld.

    2. Sabem que foi o início de uma parceria que veio a dar origem à SciFiWorld Portugal.

    3. E sabiam que António Reis do Fantasporto foi o primeiro português publicado na revista SciFiWorld com uma singela frase relativa ao falecimento de Paul Naschy? A versão integral do texto podia ser lida no Antestreia.

    4. No último número da revista a sair para as bancas saiu algo melhor. Um artigo de três páginas da minha autoria sobre o Festival de Cinema Fantástico de Neuchatel, o primeiro que cobri sozinho para a chancela SFW.

    5. Porque a revista não é fácil de arranjar no país e o castelhano não é a língua favorita de todos, a SciFiWorld Portugal disponibiliza a versão traduzida desse artigo. Quando o euro recuperar face ao franco suíço recomendo uma visitinha aos Alpes.

    18 de outubro de 2012

    Um adeus de Avanca para Sylvia Kristel

    Não costumamos publicar obituários pois é melhor celebrar as pessoas em vida do que depois de mortas, mas visto que o festival de Avanca preparou esta nota não custa partlhar:

    No crepúsculo dos holofotes de uma presença e fama planetária, Sylvia Kristel esteve em Portugal a convite do festival de cinema AVANCA 2006.
    O tempo de actriz dava nessa altura espaço à memória criativa no espaço do cinema de animação.
    Nesse ano, o festival abriu com a exibição do filme “Topor e Moi”, um inesperado e surpreendente filme que marcava a estreia de Sylvia Kristel na realização e também no mundo dos desenhos animados. Ali se recria a memória da cena artística de Paris no início da sua carreira.
    Hugo Claus, W.F.Hermans, Vadin e obviamente Roland Topor, que tinham já ganho vida nos quadros de Sylvia Kristel (Topor foi seu professor de pintura), são de novo recriados neste filme pleno de sensibilidades, memórias e reflexões que marcaram o seu olhar maduro.
    A uma pintura plena de corpos, rostos e cores de quase meia estação, juntou-se o cinema como potenciador gráfico, impulsionador dos movimentos perceptíveis e narrador das histórias que lhe eram urgentes contar.
    O cinema parecia ter mudado de estação para Sylvia Krystel.
    Em Avanca, a actriz experimentou algo novo - orientar um workshop.
    Dirigindo em Avanca “Cinema e pintura – um espaço criativo para protagonistas” Sylvia procurou, à semelhança do seu filme, contar histórias de protagonistas por entre as práticas do cinema, da pintura e da liberdade que juntas, estas artes potenciam.
    Kristel, protagonista do papel da mais célebre personagem do cinema erótico europeu, viu o seu êxito rapidamente transposto para a escala global num dos raros momentos em que o cinema europeu ocupou o lugar cimeiro da exibição cinematográfica planetária, ultrapassando rapidamente a mítica fasquia dos 100 milhões de espectadores.
    A personagem “Emmanuelle” deu origem a uma sequela de filmes. O primeiro, realizado por Just Jaekin, consolidou um género cinematográfico de que este filme é a sua maior expressão.
    Por entre dezenas de personagens que Sylvia Kristel foi protagonizando ao longo de uma carreira com mais de meia centena de filmes, um destaque muito especial para “Alice” de Claude Chabrol, onde tem uma das suas melhores interpretações.
    Nos últimos anos, participou sobretudo em produções holandesas, nomeadamente com Dorna van Rouveroy e Ruud Den Dryver, produtores das suas incursões na realização cinematográfica e sobretudo seus amigos.
    Sylvia faleceu esta noite.
    No apagar da luz, certamente que por entre o crepúsculo, uma nova estrela nos dirá que o eros não é palavra vã e participa na liberdade de voar com que se escreve cada uma das nossas vidas.
    Do AVANCA, um adeus e palmas a Sylvia Kristel.

    17 de outubro de 2012

    16 de outubro de 2012

    Melhores Filmes de Setembro


    Setembro parece ter sido o pior mês desde que o CCOP começou a ver cinema.

    1

    Paranorman

    Paranorman
    Chris Butler, Sam Fell7,75
    2

    Les Adieux à La Reine

    Adeus, Minha Rainha
    Benoît Jacquot7,25
    3

    Ruby Sparks

    Ruby Sparks - Uma Mulher de Sonho
    Jonathan Dayton, Valerie Faris7,2
    4

    Cirkus Columbia

    Cirkus Columbia
    Danis Tanovic7
    5

    Hope Springs

    Terapia a Dois
    David Frankel6,6
    6

    Seeking a Friend for the End of the World

    Até Que O Fim Do Mundo Nos Separe
    Lorene Scafaria6,56
    7

    To Rome With Love

    Para Roma, com Amor
    Wood Allen6,5
    8

    7 Days in Havana

    7 Dias em Havana
    Laurent Cantet, Benicio Del Toro, Julio Medem, Elia Suleiman, Juan Carlos Tabío, Pablo Trapero, Gaspar Noé6,33
    9

    Savages

    Selvagens
    Oliver Stone6,13
    10

    The Devil's Double

    A Dupla Pele do Diabo
     Lee Tamahori6
    11

    A Perfect Getaway

    Uma Fuga Perfeita
    David Twohy5,6
    12

    Veronika Decides to Die

    Veronika Decide Morrer
    Emily Young5,2
    13

    Brighton Rock

    Crime e Pecado
    Rowan Joffe5
    14

    The Watch

    Patrulha de Bairro
    Akiva Schaffer5
    15

    The Divide

    Os Humanos
    Xavier Gens4
    16

    Balas e Bolinhos 3 - O Último Capítulo

    Luís Ismael2,4

    15 de outubro de 2012